O POLEMICO

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terça-feira, 31 de março de 2015

A NEGA MALUCA DE CHICO BREJEIRA

1
Dentre relataos da vida
Mais um caso vim achar
Premiado pelo destino
Essa história vou contar
Na regra dos sete pés
Em versos os contos fieis
Que o cordel vem nos dar

2
Essa história agora
É a de Chico Brejeira
Um malandro astucioso
Da vida faz só festeira
Achou uma Nega Maluca
De confundir qualquer cuca
Que astucia presepeira

3
Chico para uma festa
Vinha todo arrumado
Qaundo de frente da casa
De Marieta foi abordado
Marieta no desespero
Chico andava ligeiro
Por Marieta foi parado

4
Marieta escandalosa
Parando Chico dizia
Arrastando do meio da rua
Fazendo a maior agonia
Chico me acode aqui
Sei que tu vai se divertir
Mas ainda é cedo do dia

5
Era o dia da grande festa
Conhecida por micareta
Tem até trio elétrico
Com animação porreta
Era a banda preferida
Do Chico já na avenida
Mas tem que ajudar Marieta

6
Chico resolve ajudar
Pois se era só um favor
A festa podia esperar
Pergunta qual era a dor
Marieata respondia
Qua ali na cama havia
Um corpo que alma deixou

7
E de quem era o corpo?
Da dona Maria Santinha
Qua sofria a muito tempo
Ninguém pra cuidar tinha
Como a coitada morreu
Marieta então resolveu
Dá mais uma ajudinha

8
Pediu para o Chico ficar
O corpo magro olhando
Mas ele não gostou muito
A festa tava começando
Marieta tanto demora
Percussão batia na hora
Que o povão ia chegando

9
Marieta foi procurar
Mortalha pra defunta
Brejeira já agoniado
Pressa, calma não se junta
Marieta não vê demora
Chico diz vai ser agora
Mulher que não se assunta

10
O trio começou tocar
Chico se desesperou
Olhou pra todo lado
E Marieta não chegou
Ideia Brejeira tem
Já que isso lhe convém
O cinto da calça tirou

11
Pegou  a mulher morta
E amarrou na cintura
Saiu pra festa com ela
Curtindo essa aventura
Chamou de Nega Maluca
Era de arrepiar a nuca
Mas dançava com fervura

12
Para dar mais coragem
Chico bebia cachaça
Subia e decia ladeira
E chegou lá pela praça
Assim todo mundo curtia
Algo estranho alguns via
Mas todos caia na graça

13
Marieta chegou pra vestir
Só que não viu a morta
Chico não tava mais ali
Aberta tava a porta
Depois de muito deduzir
Pra delegacia acha de ir
Conta história torta

14
Depois de muito convence
O delegado de ir ver
Chico também se lembra
De volta resolve descer
Na casa dela aguarda
A defunta arrumada
Sem nada se perceber

15
Quando Marieta chega
Com delegado e tudo
Grita olha aí o ladrão
O criminoso absurdo
Deu um fim na mulher morta
Foi quando viram da porta
Bateu um susto graúdo

16
O delegado se reta
Marieta envergonhada
Tenta querer se explicar
Sem querer saber de nada
O delegado furioso
Sai num ar espantoso
E Marieta? Ô coitada!

17
De chico quer explicação
Brejeira não quer nem saber
Fala que sempre teve ali
Já precisava ir beber
Pra quê polícia trazia
Era assim que agradecia
Um favor que vinha ter?

18
Chico voltou pra festa
Marieta coçou a cabeça
Encaminhou o enterro
Pediu Chico desapareça
Que nada deu pra entender
Morto não quero mais saber
Pra que isso se esqueça

NALDÃO . ARTES

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